Plano de fundo - Pablo Picasso
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  • William Bouguereau

    Tela de William Bouguereau
    Tela de William Bouguereau
    Tela de William Bouguereau

    Telas de William Bouguereau


    William-Adolphe Bouguereau nasceu em La Rochelle no ano de 30 de novembro de 1825 foi um professor e pintor acadêmico francês. Com um talento manifesto desde a infância, recebeu treinamento artístico em uma das mais prestigiadas escolas de arte de seu tempo, a Escola de Belas Artes de Paris, onde veio a ser mais tarde professor muito requisitado, ensinando também na Academia Julian. Sua carreira floresceu no período áureo do academicismo, sistema de ensino do qual foi um ardente defensor e do qual foi um dos mais típicos representantes.

    Sua pintura se caracteriza pelo perfeito domínio da forma e da técnica, com um acabamento de alta qualidade, obtendo efeitos de grande realismo. Em termos de estilo, fez parte da corrente eclética que dominou a segunda metade do século XIX, mesclando elementos do neoclassicismo e do romantismo em uma abordagem naturalista com boa dose de idealismo. Deixou obra vasta, centrada nos temas mitológicos, aleg¨óricos, históricos e religiosos; nos retratos, nos nus e nas imagens de jovens camponesas.

    William-Adolphe Bouguereau nasceu em uma família que havia se radicado em La Rochelle desde o século XVI. Em 1832 a família se mudou para Saint-Martin, a principal cidade da ilha de Ré, onde o pai decidiu iniciar um negócio no porto. O menino foi matriculado na escola, mas passava grande parte do tempo desenhando. O negócio não resultou muito lucrativo, a família teve dificuldades econômicas, e por isso encaminharam-no para viver com seu tio, Eugène Bouguereau.

    Eugène tinha cultura e introduziu seu pupilo nos clássicos, na literatura francesa e na leitura da Bíblia, além de dar-lhe aulas de latim, ensiná-lo a caçar e montar e despertar-lhe o amor à natureza. Para que aprofundasse seus conhecimentos clássicos, Eugène o enviou em 1839 para estudar na escola de Pons, uma instituição religiosa, onde entrou em contato com amitologia grega, a história antiga e a poesia de Ovídio e Virgílio. Ao mesmo tempo, recebia lições de desenho de Louis Sage, um antigo aluno de Ingres.

    O jovem parecia destinado a seguir os passos paternos no comércio, mas logo alguns clientes da loja notaram os desenhos que ele fazia e insistiram que o pai o mandasse para estudar na escola municipal de desenho e pintura. O pai concordou, com a condição de que ele não seguisse carreira, pois via no comércio um futuro mais promissor. Matriculado em 1842 e estudando com Jean-Paul Alaux, apesar de frequentar as aulas apenas duas horas por dia, avançou depressa e acabou por receber em 1844 o primeiro prêmio em pintura, o que lhe confirmou a vocação. Para ganhar algum dinheiro desenhava rótulos para gêneros alimentícios.

    Através de seu tio, recebeu uma encomenda para pintar retratos de paroquianos, e com a renda dos trabalhos, mais uma carta de recomendação de Alaux, pôde, em 1846, se dirigir a Paris e ingressar na Escola de Belas Artes. François-Édouard Picot o recebeu como discípulo e com ele Bouguereau se aperfeiçoou no método acadêmico.

    Na época, disse que ingressar na escola o deixou “transbordante de entusiasmo”, estudando até vinte horas diárias e mal se alimentando. Para se aprimorar no desenho anatômico assistia a dissecções, além de estudar história e arqueologia. Seu progresso foi, assim, muito rápido, e obras desta fase, como Igualdade diante da morte (1848), já são trabalhos perfeitamente acabados, tanto que no mesmo ano dividiu a primeira colocação, junto com Gustave Boulanger, na etapa preliminar do Prêmio de Roma. Em 1850 venceu a disputa final para o Prêmio, com a obra “Zenóbia” encontrada por pastores nas margens do Araxe.

    Estabelecendo-se na Villa Medici, como discípulo de Victor Schnetz e Jean Alaux, pôde estudar diretamente os mestres do Renascimento, sentindo grande atração pelo trabalho de Rafael. Visitou cidades da Toscana e da Úmbria, estudando os antigos, apreciando especialmente as belezas artísticas de Assis, copiando na íntegra os afrescos de Giotto na Basílica de São Francisco. Também se entusiasmou com os afrescos da Antiguidade que conheceu em Pompéia, que reproduziria em sua própria casa quando mais tarde voltou para a França, o que se deu em 1854.

    No mesmo ano expôs no Salão “O Triunfo do Martírio”, realizado no ano anterior, e decorou duas mansões. Já seus primeiros críticos aplaudiram sua maestria no desenho, a feliz composição das figuras e a afortunada filiação a Rafael, de quem diziam que apesar de ele ter aprendido tudo dos antigos, deixara obra original. Também foi objeto de um elogioso artigo de Théophile Gautier, que muito lhe valeu para consolidar sua reputação.

    Casou-se com Marie-Nelly Monchablon em 1856, e com ela teria cinco filhos. No mesmo ano o governo francês encomendou-lhe a decoração da prefeitura de Tarascon, onde deixou a tela: “Napoleão III visitando as vítimas da enchente de Tarascon” em 1856. No ano seguinte obteve a medalha de primeira classe no Salão, pintou retratos do imperador Napoleão III e da imperatriz Eugênia de Montijo e decorou a mansão do rico banqueiro Émile Pereire. Com esses trabalhos Bouguereau se tornou um artista célebre, passando a ser procurado como professor.

    O ano de 1859 viu nascer uma de suas maiores composições, “O Dia de Todos os Santos”, adquirida pela prefeitura de Bordeaux, e seu primeiro filho, George. Na mesma época decorou, sob a supervisão de Picot, a capela de São Luís na Igreja de Santa Clotilde, em Paris.

    Suas obras tinham boa aceitação e logo sua fama se expandiu para a Inglaterra, possibilitando-lhe adquirir uma grande casa com ateliê em Montparnasse.

    Sitiada Paris em 1870, durante a Guerra franco-prussiana, Bouguereau voltou sozinho de suas férias na Inglaterra, onde estava com a família, e tomou armas como soldado raso, auxiliando na defesa de barricadas, embora por sua idade fosse isento do serviço militar. Levantado o cerco, reuniu-se aos seus e passou algum tempo em La Rochelle, esperando o fim da Comuna. Aproveitou o tempo para realizar decorações na catedral e pintar o retrato do bispo Thomas. Em 1872 foi jurado na Feira Mundial de Viena, quando suas obras já mostravam um espírito mais sentimentalista, jovial e dinâmico, a exemplo de Ninfas e sátiro (1873), retratando também muitas vezes crianças.

    Este clima seria quebrado em 1875, quando faleceu George, um duro golpe sobre a família, que no entanto refletiu-se em duas importantes obras de tema sacro: “Pietà” e “A Virgem da consolação“. Ao mesmo tempo, passou a dar aulas na Academia Julian de Paris.

    No ano 1878 recebeu a grande medalha de honra na Exposição Universal. Em 1881 decorou a capela da Virgem na Igreja de São Vicente de Paulo em Paris, uma encomenda que levaria oito anos para completar, consistindo de oito grandes telas sobre a vida de Cristo. Pouco depois tornou-se presidente da Sociedade dos Artistas Franceses, encarregada da administração dos Salões, cargo que reteve por muitos anos.

    Entrementes, pintou outra tela de grandes dimensões,“A juventude de Baco” (1884), uma das favoritas do artista, permanecendo em seu ateliê até sua morte. No ano de 1888 foi indicado professor da Escola de Belas Artes de Paris e, no ano seguinte, foi feito Comandante da Legião de Honra. Nesta altura, enquanto sua fama aumentava na Inglaterra e nos Estados Unidos, na França começava a conhecer certo declínio, enfrentando a concorrência e os ataques das vanguardas pré-modernistas, que o consideravam medíocre e pouco original.

    Em 1889 entrou em choque com o grupo reunido em torno do pintor Ernest Meissonier a respeito do regulamento dos Salões, o que acabou resultando na criação da Sociedade Nacional das Belas Artes, que manteve um Salão dissidente. Em 1891 os alemães convidaram artistas franceses para expor em Berlim, e Bouguereau foi um dos poucos que aceitou, dizendo que sentia ser um dever patriótico penetrar na Alemanha e conquistá-la através do pincel. Isso não obstante despertou a ira da Liga dos Patriotas de Paris, e Paul Déroulède iniciou uma guerra contra ele na imprensa. Por outro lado, o sucesso de Bouguereau na organização de uma mostra de artistas franceses na Royal Academy de Londres teve como efeito a criação de um evento permanente, de repetição anual.

    Em 1902 manifestaram-se os primeiros sinais de um mal cardíaco. Teve, porém, a felicidade de ver aclamada a obra que enviara à Feira Mundial, e em 1903 recebeu a insígnia de Grande Oficial da Legião de Honra. Logo depois foi convidado para as celebrações do centenário da Villa Medici em Roma, passando em seguida uma semana em Florença com sua esposa. Nesta altura recebia amiudados convites para ser homenageado em cidades da Europa, mas sua saúde precária o obrigava a recusá-los, e acabou por impedí-lo de pintar. Pressentindo o fim, mudou-se em 31 de julho de 1905 para La Rochelle, onde expirou em 19 de agosto.

    Fonte: Wikipedia